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Como costuma acontecer nas sonatas de Beethoven, o nome “A Tempestade” não foi dado pelo compositor. Ele teria respondido a uma pergunta sobre o significado da Sonata para Piano nº 17 (e também da Sonata “Appassionata”) dizendo: “Leia A Tempestade, de Shakespeare”.
A sonata “A Tempestade” foi composta no verão de 1802 em Heiligenstadt e está no limiar da nova linguagem musical que vai caracterizar o segundo estilo de Beethoven. É uma das obras mais pessoais desse período crucial.
Um experimento ousado marca a abertura da sonata. O primeiro tema apresenta um arpejo lento, improvisatório, e um motivo rápido, agitado. Essas duas ideias reaparecem nos outros movimentos da sonata.
Outra passagem de caráter experimental e de grande efeito dramático é o recitativo que aparece no fim da recapitulação.
O Adagio que se segue é introspectivo, quase parece um hino. Tem um clima sombrio, com suas linhas melódicas interrompidas por um ostinato que é como um rufar de tambores abafado, no baixo do piano.
O Allegretto final é uma das peças maiores de Beethoven. É um moto perpetuo, obcecado pela figuração ondulante que abre o movimento. Sobre este, o pianista e compositor britânico Harold Truscott escreveu: “O movimento está congelado em sua própria dor, e essa dor é incapaz de pensar, ou então é um pensamento que gira em torno de si mesmo.”
Vamos ouvir a seguir duas interpretações da Sonata “A Tempestade”. Primeiramente, com o pianista Igor Levit:
E, aqui, com o pianista Sviatoslav Richter, em gravação histórica de 1961, considerada a melhor dessa Sonata: