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O piano era o instrumento de Brahms. Suas primeiras obras foram três sonatas em grande escala, as Op. 1, Op. 2 e Op. 5, além do Scherzo Op. 4 (o Op. 3 é dedicado a canções). Vieram depois dois conjuntos de variações sobre temas de Händel (Op. 24) e de Paganini (Op. 35).
As Oito Peças para Piano, Op. 76, de 1878 (Brahms tinha 45 anos), marcam o início de uma nova fase em sua obra para piano. São peças curtas, compactas, miniaturas auto-contidas, publicadas em conjuntos, mas sem relação temática entre si.
Suas últimas peças para piano, os Op. 116, Op. 117, Op. 118 e Op. 119, estão entre suas melhores obras. Sobre elas diz o crítico Michael Steinberg:
“Aqui, nestas últimas meditações de um mestre do piano, que tinha descoberto como dizer muita coisa com o mais econômico dos gestos, encontramos a essência de Brahms.”
As peças do Op. 118, compostas em 1893 (aos 60 anos), são obras outonais. Foram enviadas (junto com as do Op. 119) como presentes a Clara Schumann. Em todas, Brahms usa a forma A-B-A.
No primeiro intermezzo, Allegro non assai, ele assinala “não muito rápido, mas apaixonado”.
O Andante teneramente, que se segue, um dos favoritos, lembra as Canções sem palavras de Mendelssohn.
A Balada, Allegro enérgico, que vem em seguida traz variedade ao conjunto.
Merece especial destaque o intermezzo final, Andante largo e mesto (Andante lento e triste). Um tema sombrio que evoca o antigo hino Dies irae (Dia da ira, dia do juízo final). A melodia é apresentada sem acompanhamento, marcada sotto voce. O clima angustiado, fúnebre da música é mantido, sem trégua, até o fim.
Brahms – Seis Peças para Piano, Op. 118 | Arcadi Volodos (piano)