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A palavra sonata tem origem no latim sonare, referindo-se à música feita para “soar”, ou seja, música feita por instrumentos (em oposição à cantata, feita para cantar).
O termo designa uma composição para um instrumento solo ou com acompanhamento de piano, ou ainda para um duo de instrumentos, para citar alguns exemplos. Divididas em três ou quatro movimentos, as sonatas seguem uma forma estruturada e tradicional.
A sonata pode assumir características muito diferentes, dependendo do período em que foi escrita. Com raízes na música barroca, ela se desenvolveu na era clássica, tornando-se uma forma musical distintiva.
No período Barroco, as sonatas eram compostas principalmente para solistas de instrumentos de sopro ou de cordas acompanhados por um baixo contínuo, executado geralmente no cravo com a mão esquerda e reforçado por uma viola da gamba. A sonata ainda receberia duas classificações: a sonata de câmara, para ser tocada em pequenas salas, e a sonata da chiesa, para ser tocada nas igrejas.
Muitos compositores barrocos escreveram sonatas, com destaque para Corelli, Couperin, Bach e Händel. Domenico Scarlatti (1685-1757) foi o compositor que mais utilizou esta forma, tendo escrito mais de 500 sonatas para cravo. A maioria é composta de apenas um movimento com dois temas – exercícios como ele os chamava –, apresentando abordagens harmônicas bastante inovadoras para a época.
Com o decorrer do tempo, a sonata passou a designar a forma musical definida por Carl Philipp Emanuel Bach, consolidando-se no Classicismo. Desenvolvida pela Escola Clássica de Viena, o modelo da sonata clássica era bem definido, sendo formado pela seguinte estrutura:
– 1º movimento: andamento rápido (desenvolvido na “forma sonata”, estrutura com três seções principais: exposição do tema, desenvolvimento do tema e reexposição do tema; pode ser precedido por uma introdução e seguido de uma coda ou finalização);
– 2º movimento: andamento lento (mais livre);
– 3º movimento: andamento rápido (mais dançante);
– 4º movimento: eventualmente poderia ser incluído (caráter enérgico e conclusivo).
Cada compositor tinha a liberdade de modificar essa estrutura ligeiramente, porém ela permaneceu como principal forma de composição até meados do século XX.
Haydn, Mozart e Beethoven foram fundamentais para a evolução da sonata, expandindo suas possibilidades e explorando novas técnicas de composição.
Depois de Schubert, na transição para o Romantismo, a forma assumiu um sentido mais acadêmico e competiu com gêneros mais curtos e compatíveis com o estilo de composição romântica.
A sonata romântica liberou-se cada vez mais do modelo clássico, incorporando outros gêneros, como a fuga e a fantasia. Chopin, Liszt, Schumann, Mendelssohn e Brahms escreveram sonatas, porém com menor frequência.
A partir do final do século XIX, a sonata ainda foi utilizada por muitos compositores, como Scriabin, Debussy, Prokofiev, Bartók e Stravinsky, porém implicando, de algum modo, um caráter mais classicista.
Saiba mais:
– Domenico Scarlatti – Sonatas
– Bach – Seis Sonatas para Violino e Cravo
Bach – Seis Sonatas para Violino e Cravo, BWV 1014-1019 – Introdução
– Sonatas para piano de Beethoven: Uma Antologia
– Schubert: Sonatas para piano
– Prokofiev – Sonatas da Guerra