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A flauta doce, instrumento da família dos sopros, é constituída por um tubo vertical com orifícios e bocal. Ela começou a ganhar popularidade na Idade Média e na Renascença, passando por diversas modificações desde então.
No período barroco, a flauta doce atingiu seu apogeu, com compositores como Johann Sebastian Bach, Georg Philipp Telemann e Antonio Vivaldi incorporando-a em várias de suas peças.
Após esse período, ela foi gradualmente caindo em desuso em favor de outros instrumentos de sopro, como a flauta transversal. No entanto, com o interesse pelo resgate da música antiga, atualmente, músicos e grupos historicamente informados trouxeram a flauta doce de volta aos palcos e às gravações.
A extensão da maioria das flautas doces é de duas oitavas e meia. Os instrumentos são nomeados de acordo com seu tamanho e timbre:
– Soprano: é a mais comum e menor, possuindo a afinação em Dó, timbre agudo e brilhante, sendo frequentemente usada como instrumento solista;
– Contralto: um pouco maior que a flauta doce soprano, possui afinação em Fá e tem um alcance menor de agudos do que esta, sendo mais usada como acompanhamento;
– Tenor: possui afinação em Dó, porém com o dobro do tamanho da flauta doce soprano e afinação uma oitava abaixo.
– Baixo: de sonoridade profunda e ressoante, possui a afinação em Fá e é cerca de três vezes maior que a flauta doce soprano.
Existem instrumentos de outros tamanhos, desde menores, como a flauta doce sopranino, de sonoridade muito aguda, ou bem maiores, como a tenor baixo e a grande baixo, ambas de som mais encorpado. As afinações também podem variar, porém são mais incomuns.
Vamos ouvir a seguir três peças de Bach escritas originalmente para teclado e transcritas para conjuntos de flautas doces:
Bach – Fuga em Sol Menor, BWV 578
Popularmente conhecida como “Pequena Fuga”, foi escrita por Bach para órgão a quatro vozes durante seus anos em Arnstadt (1703-1707). É uma das fugas mais conhecidas do compositor, tendo sido arranjada para outros instrumentos e ainda para uma versão orquestral.
Aqui, ouvimos a peça arranjada para quatro flautas doces dos tipos Tenor, Baixo, Grande Baixo e Contrabaixo, interpretadas por James Howard Young, que gravou todas as linhas separadamente e fez uma montagem em vídeo tocando-as simultaneamente:
Bach – Variações Goldberg, BWV 988 – Aria da capo
As Variações Goldberg são consideradas a composição mais importante jamais escrita para o cravo. O conjunto de 32 peças – uma ária de abertura e encerramento e 30 variações – é a quarta e última na série de obras de Bach compostas para a prática do teclado, mostrando o excepcional domínio que tinha dos diversos estilos de música de sua época.
Sua Aria de abertura é de celestial doçura. Aqui, ouviremos a transcrição da peça para um conjunto de cinco flautas doces de diferentes tamanhos, incluindo duas que precisam ser tocadas em pé, por serem bem maiores que as próprias instrumentistas do quinteto feminino Seldom Sene:
Bach – Tocata e Fuga em Ré Menor, BWV 565
Certamente esta é uma das mais famosas peças para órgão escritas por Bach. Composta provavelmente entre os anos de 1703 e 1709, a Tocata e Fuga em Ré Menor tem episódios contrastantes. Seu impacto dramático é sentido pela atmosfera sombria e densa da tocata inicial em contraste com o caráter mais leve da fuga. A obra, que não foi usada para fins religiosos ou pedagógicos, demonstra a liberdade de criação do compositor.
Vamos ouvir a seguir uma transcrição da peça para orquestra de flautas doces. A interpretação é da Berliner Blockflöten Orchester regida por Simon Borutzki.