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O livro Morte em Veneza, de Thomas Mann, narra uma história sobre o artista e a natureza da arte.
Gustav Von Aschenbach, um escritor renomado, é um cultor da forma e da razão e mantém sua sensibilidade e sua paixão sob estrito controle. Quando ele finalmente baixa a guarda, sensualidade e paixão se erguem com redobrada força e dominam sua vida, levando-o de um extremo a outro: do cerebral ao físico, da forma pura à pura emoção. Uma paixão obsessiva por Tadzio, um belo menino de 13 anos, o torna escravo da beleza e do desejo. Sobrevêm, então, sua decadência e morte.
Em seu filme homônimo, o diretor Luchino Visconti transforma Aschenbach em um compositor. Isto lhe abre as portas para a música de Gustav Mahler. Visconti, aliás, baseia o personagem de Aschenbach no próprio Mahler, em particular, no período em que este compôs sua Sinfonia nº 5 (entre 1901-2).
As obras de Mahler possuem, então, um caráter fúnebre: como exemplos, podemos citar os Kindertotenlieder (Canções sobre a morte de crianças) e o primeiro movimento da própria Quinta Sinfonia – uma marcha fúnebre.
O quarto movimento da Quinta, o Adagietto – apaixonado, doce e mórbido –, é absolutamente essencial ao filme.
Vamos assistir à cena final de Morte em Veneza, com a música do Adagietto interpretada pela Filarmônica de Berlim sob a direção de Herbert Von Karajan.