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“Na véspera dos dias de santos que tinham os nomes mais comuns, especialmente Santa Ana, as ruas ficavam cheias de conjuntos de serenatas. Não importava a hora, mesmo quando a maioria das pessoas normalmente já se teria recolhido, cabeças apareciam nas janelas e uma multidão cercava os músicos, aplaudindo, pedindo bis e raramente se dispersando antes do fim da serenata.”
Esta descrição de um jornal vienense do século XVIII nos lembra que, no tempo de Mozart, a serenata não era apenas uma forma mais leve de música de concerto, mas tinha funções sociais bem definidas:
– comemorar o dia da santa de mesmo nome das moças (data esta mais importante que o aniversário);
– celebrar o fim do ano letivo nas universidades;
– servir como música (de fundo, ambiente) para o jantar de um nobre.
Alguns autores lamentam que Mozart precisasse perder tempo com esta música ligeira, em vez de poder se concentrar em música “séria”. O fato é, porém, que a universalidade do gênio de Mozart era capaz de enobrecer mesmo as formas musicais mais singelas.
Composições como a Pequena Serenata Noturna (Eine Kleine Nachtmusik), obra de perfeição sem esforço – ou melhor, sem esforço aparente –, e a Serenata para Instrumentos de Sopro K. 388, uma de suas peças mais poderosas em qualquer gênero, são exemplos disto. São obras-primas.