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Música no Cinema | Oliver Stone – Platoon | Barber – Adagio

Música no Cinema | Oliver Stone – Platoon | Barber – Adagio

O pungente Adagio para Cordas, de Samuel Barber (1910-1986), é talvez a mais conhecida das composições norte-americanas do Século XX. A peça foi originalmente concebida como o movimento lento de seu Quarteto de Cordas de 1936, mas foi depois arranjada para orquestra de cordas.

Com sua dignidade triste e contemplativa, o Adagio tem servido para comemorar ocasiões trágicas, como os funerais de Franklin Roosevelt, Albert Einstein e do Príncipe Rainier de Monaco, assim como a cerimônia no local do atentado de 11 de setembro de 2001. Também foi usado como trilha sonora de vários filmes, entre os quais El Norte, Lorenzo’s Oil, O Homem Elefante e Platoon.

No filme Platoon (1986), de Oliver Stone, Chris (Charlie Sheen) é um jovem idealista que se alista voluntariamente para lutar na Guerra do Vietnã. Recém-chegado a um batalhão norte-americano, ele convive com os demais recrutas e oficiais e, aos poucos, passa a experimentar toda a violência de uma carnificina sem sentido. A música destaca a tragédia da destruição e da morte que a guerra traz.

Platoon (trechos do filme) | Barber – Adagio para Cordas, Op. 11 | Philharmonia Orchestra, Geoffrey Simon (regente)

É interessante notar que Barber não tenha composto o Adagio com o sentido de luto ou lamento. Marcado Molto adagio espressivo cantando, ele o pretendia uma meditação íntima, inspirada por um poema breve e apaixonado da Eneida de Virgílio:

“A Onda

Assim como longe, muito longe, no meio do oceano,
Uma onda orna de espuma seu seio
E se ergue e desliza, crescendo,
Até chegar à praia e estourar, gigante, sobre as rochas…
Assim também, na primavera, todo tipo de gente
E todas as criaturas, na terra ou na água, correm
E se atiram ao fogo que os consome:
É o amor que os move.”

A forma de arco do Adagio captura a imagem poética da onda que se expande do poema de Virgílio. A onda é uma metáfora para a nova vida que a primavera traz.

Como são diferentes estas duas interpretações: a nova vida da Primavera e a morte que a guerra causa!

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