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Reconhecido internacionalmente como um dos principais pianistas de sua geração, o britânico Paul Lewis já ganhou três Gramophone Awards e um Diapason D’or, entre muitos outros prêmios.
De Beethoven, gravou a integral das Sonatas e dos Concertos do compositor alemão, além das Variações Diabelli, obra monumental, destaque de seu recital que acontece no próximo dia 15 de outubro, no Royal Festival Hall, Southbank Centre, em Londres. No programa estão ainda a Sonata para Piano em Mi Menor, Hob. XVI/34, de Haydn, e os Três Intermezzos, Op. 117, de Brahms.
Em março de 2020, Lewis virá ao Brasil para três recitais e um programa sinfônico com a Osesp, na Sala São Paulo, tocando obras de Beethoven, em celebração aos 250 anos de seu nascimento.
Beethoven – Variações Diabelli
Conjunto de 33 variações sobre um tema de Anton Diabelli.
No terceiro período, a variação se torna, junto com a fuga, a principal preocupação técnica de Beethoven. Ele explora temas e motivos ao máximo de suas potencialidades. É muito significativo, aliás, o título que dá às Diabelli: não o de Variationen (Variações), mas sim de Veränderungen (termo que pode ser traduzido como Transformações).
O tema é transformado, explorado nos seus fundamentos, desconstruído, e não meramente variado: é uma evolução que vem de dentro. Cada variação é construída sobre motivos derivados de alguma parte do tema, mas alterada em ritmo, andamento, dinâmica ou contexto, de maneira a produzir algo novo, diferente.
As variações são também usadas em duas de suas sonatas (Opus 109 e 111), na Nona Sinfonia e nos movimentos lentos de três quartetos (Opus 127, 131 e 135).
Outro aspecto central das Diabelli é a sua progressão, que é comum a várias obras de Beethoven. Na Sonata Op. 111 e na Nona Sinfonia, há uma progressão das trevas para a luz, do conflito à vitória. Nas Diabelli, temos uma progressão que podemos chamar da paródia à transfiguração. Beethoven começa zombando do rústico tema de Diabelli.
Nas últimas variações, porém, o clima vai se tornando cada vez mais rarefeito. Na última delas, diz o crítico David Cairns: “Diabelli reaparece canonizado, sua pobre valsa camponesa transfigurada em um minueto da mais perfeita simplicidade. Ele floresce em uma celestial coda em que tudo parece se dissolver e retornar aos elementos puros dos quais a obra foi criada.”
(Trecho do livro Beethoven através de um prisma, de Carlos Siffert, Dash Editora, 2016)
Paul Lewis, Diabelli Variations, Op. 120: