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Em 1897, Marcel Proust escreveu a Gabriel Fauré esta extravagante carta: “Eu não amo, não admiro, não adoro apenas sua música, eu me apaixonei e ainda estou apaixonado por ela.”
E acrescenta: “Conheço sua obra, posso escrever um volume de 300 páginas sobre ela”.
“Certamente, Em Busca do Tempo Perdido não é um livro sobre Fauré”, diz Cecile Leblanc (*), mas o compositor tem nela um papel mais importante do que se costuma dizer.
Proust aprendeu muito com o mestre em suas conversas e na escuta repetida de suas obras. “Conversei longamente com Fauré ontem à noite”, diz o jovem Proust a seu amigo Reynaldo Hahn em 1895 (24 anos).
Fauré – Sonata nº 1 para Piano e Violino
O Allegro molto inicial é cintilante e aristocrático.
Segue-se um Andante introvertido e reflexivo que invoca por vezes uma valsa lenta ou uma sonolenta barcarola.
O Scherzo é um dueto, rápido e marcado, mas com um trio melancólico.
O final, Allegro quase presto, consegue ser ao mesmo tempo virtuosístico e contido, típico do mais francês dos compositores.
Fauré – Sonata nº 1 para Piano e Violino, em Lá Maior, Op. 13 | Vilde Frang (violino) e Michal Lifits (piano)
(*) Cecile Leblanc é autora de Proust et ses Musiques.