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PROUST E WAGNER

Proust e Wagner

“A obra de Proust tem uma afinidade com a de Wagner. Ambos produziram obras gigantescas e interligadas. A tetralogia de Wagner poderia ser considerada um modelo para Em busca do tempo perdido, assim como a Comédia Humana, de Balzac.”

(Eero Tarasti – A Theory of Musical Semiotics)

O próprio Proust se refere a isto no volume A Prisioneira, em que fala das técnicas de composição de Wagner:

“Wagner, tendo escrito uma obra mitológica, depois uma segunda, depois mais, percebeu que tinha composto o Ciclo do Anel (do Nibelungo). Deve ter sentido a mesma intoxicação que Balzac quando este percebeu repentinamente que suas obras seriam ainda mais belas se reunidas em um ciclo de romances interligados.”

Proust cita Liebestod (Amor Morte), da ópera Tristão e Isolda, ao descrever a morte da avó no romance:

“Não sei se Wagner jamais assistiu a uma morte como esta. Sem isto, como fez entrar em sua música os ritmos da natureza e da vida, do refluxo do mar ao martelar do sapateiro, aos golpes do ferreiro, ao canto do pássaro. Penso que este é o ritmo que ele desmaterializou e fez entrar em sua música, através da qual o reconhecemos ainda nos inexauríveis recomeços na morte de Isolda.” (tradução livre: há várias versões de Proust neste texto).

Wagner [Transcrição de Franz Liszt] – Liebestod | Nikolai Lugansky (piano)

Saiba mais sobre a peça e ouça a versão orquestral aqui:

Wagner – Tristão e Isolda: “Liebestod”

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