
Em primeiro de julho de 1907, Marcel Proust ofereceu um jantar no Ritz seguido de um recital de piano. O homenageado era Gaston Calmette, chefe do jornal Figaro, que publicara alguns textos do jovem escritor.
O programa intercalava música barroca, clássica, romântica e “pré-moderna”, exemplificando o gosto apurado de um dos escritores mais ligados à música. Incluía ainda transcrições para piano de canções do compositor venezuelano Reynaldo Hahn, mentor e amigo íntimo de Proust:
- Reynaldo Hahn – À Chloris
- Robert Schumann – Des Abends, da Fantasiestücke, Op. 12
- Frédéric Chopin – Prelúdio 28 n°15
- Gabriel Fauré – Sonata para Violino e Piano n°1 em Lá Maior, Op.13; Berceuse para Violino e Piano, Op. 16
- François Couperin – Les Barricades Mystérieuses, do Segundo Livro de Peças para Cravo (Ordem VI, n°5)
- Gabriel Fauré – Après un Rêve, de Trois Mélodies, Op. 7; Noturno n°6, Op. 63
- Richard Wagner – Liebestod (AmorMorte), de Tristão e Isolda [Transcrição de Franz Liszt, S. 447]
- Reynaldo Hahn – L’Heure Exquise, das Chansons grises
No breve vídeo a seguir, assistimos a um ator que interpreta Proust, enquanto os músicos tocam trechos da Sonata para Violino, de Fauré, e da canção L’Heure Exquise (difícil de traduzir: requintada, maravilhosa), de Reynaldo Hahn, duas das peças que integravam o repertório do recital:
Proust – Le Concert Retrouvé (trecho do filme musical de Julien Cadilhac, 2021) | Théotime Langlois de Swarte (violino) e Tanguy de Williencourt (piano)