
Os concertos para piano e orquestra de Mozart são uma notável realização no repertório de música clássica. São 27 concertos distintos entre si, mas coesivos em estilo, refletindo uma abordagem inovadora em forma, melodia e orquestração. Compostos entre 1767 e 1791, foram apresentados em recitais vienenses tendo Mozart como solista e maestro ao mesmo tempo. Este foi o período de maior sucesso de sua carreira.
Destacamos a seguir uma seleção representativa destas peças:
Concerto para Piano e Orquestra nº. 17 em Sol Maior, K. 453
O Concerto nº. 17 faz parte de uma série de seis obras do gênero que Mozart compôs em 1784, um ano de incrível inspiração e produtividade. É o primeiro da série das grandes obras-primas deste gênero da maturidade do compositor. Aqui, Mozart nos brinda com uma exuberância de ideias que apareceria nos seis concertos do mesmo ano. A integração entre solo e orquestra era algo inédito para época, com os sopros aparecendo tanto como parte do conjunto como em solos.
Mozart – Concerto para Piano e Orquestra nº 17 em Sol Maior, K.453
Concerto para Piano e Orquestra nº. 19 em Fá Maior, K. 459
Este foi o último concerto composto em 1784, terminado duas semanas antes do Natal. É uma das obras mais alegres destes tempos de felicidade. Sabemos que este era um dos concertos prediletos de Mozart. Foi um dos que ele escolheu, seis anos depois, para uma apresentação celebrando a coroação do Imperador Leopoldo II.
Concerto para Piano e Orquestra nº. 20 em Ré menor, K. 466
Apenas dois dos 27 concertos para piano e orquestra de Mozart foram escritos em tom menor: o nº. 20 e o nº. 24. Ambos figuram entre suas sete ou oito melhores obras nesse gênero – aliás, das suas mais de 600 composições, apenas 30 são em tom menor. No entanto, a concentração de obras-primas nesses trabalhos é extremamente alta. Mozart usa o tom menor em obras de expressão pessoal.
Mozart – Concerto nº 20 para Piano e Orquestra em Ré Menor, K.466
Concerto para Piano e Orquestra nº. 21 em Dó Maior, K. 467
Este talvez seja o mais conhecido dos concertos para piano e orquestra de Mozart, possivelmente pelo fato de seu movimento lento ter sido usado na trilha sonora do filme sueco Elvira Madigan, de Bo Widerberg (1967). Terminado às pressas – a orquestra estava provavelmente lendo a partitura à primeira vista –, o Concerto foi estreado com o próprio Mozart ao piano, sendo um grande sucesso.
Concerto para piano e orquestra nº. 23, em Lá Maior, K. 488
Este foi o segundo de três concertos para piano que Mozart escreveu para a Quaresma de 1786 (os outros dois são os nºs. 21 e 22). De clima introspectivo e discurso musical comovente, é talvez o menos brilhante dos concertos para piano do compositor, porém é certamente um dos mais bonitos.
Mozart – Concerto nº 23 para Piano e Orquestra em Lá Maior, K. 488
Concerto para Piano e Orquestra nº. 24 em Dó Menor, K. 491
Último dos três concertos que Mozart escreveu enquanto trabalhava em sua ópera As Bodas de Fígaro no inverno de 1786, seu caráter sombrio, apaixonado e de profundo pesar é o de uma tragédia. Como em outros de seus últimos concertos, este se distingue pelo uso dos sopros, a ponto de as cordas parecerem relegadas a um segundo plano em várias ocasiões.
Concerto para Piano e Orquestra nº. 27 em Si Bemol Maior, K.595
Este foi o último concerto para piano e orquestra escrito por Mozart. Terminado em janeiro de 1791, menos de um ano antes de sua morte, a obra tem em comum com A Flauta Mágica (cuja composição Mozart iniciaria em seguida) a profundidade de expressão combinada com a simplicidade dos gestos e da retórica musical. Sua dimensão e textura são as de uma obra de câmara.