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Na semana em que se comemora o Dia das Crianças, vamos falar da relação dos pequenos com a música apresentando composições que celebram o espírito infantil e conhecendo alguns jovens e talentosos instrumentistas.
A música clássica não é complexa para os ouvidos das crianças como pode parecer aos adultos. Se ela for introduzida de forma natural em sua rotina, será assimilada como qualquer outro gênero, além de colaborar significativamente para a expansão de sua percepção musical e auxiliar na concentração e no desenvolvimento cognitivo.
Muitas pesquisas mostram a importância do contato com a música. O chamado “Efeito Mozart”, registrado pelo neurologista norte-americano Gordon Shaw nos anos 1990, mapeou por meio de ressonâncias magnéticas o efeito das obras de Mozart no cérebro humano, atestando o estímulo a áreas relacionadas aos pensamentos mais complexos. Se isto ocorresse desde o início da atividade neural, as crianças poderiam ter benefícios por toda a vida.
Quando se fala de música para crianças, a primeira coisa que nos vem à mente são as canções de ninar, como a Wiegenlied de Brahms, uma das mais conhecidas do repertório clássico. Depois vêm as obras escritas para os filhos ou filhos de amigos dos compositores, como a Suíte Dolly de Fauré e Children’s Corner de Debussy. Há ainda peças que falam de lembranças da infância do compositor, como as Kinderszenen de Schumann.
Jovens prodígios da música
Muitos dos grandes nomes da história da música iniciaram sua carreira bem cedo, como Beethoven, Chopin e Mendelssohn, só para citar alguns. Mas, sem dúvida, um de seus maiores gênios foi Mozart, que começou a tocar piano aos três anos de idade, compor aos cinco e se apresentar antes dos seis. Recentemente foi descoberta uma peça inédita do compositor, escrita provavelmente na década de 1760. Vamos ouvi-la na interpretação de um trio de jovens instrumentistas de Leipzig:
Mozart – Ganz kleine Nachtmusik, KV 648 | Vincent Geer e David Geer (violinos), e Elisabeth Zimmermann (violoncelo)
Atualmente há inúmeros jovens e promissores artistas, muitos deles considerados como “novos prodígios” da música clássica. O pianista russo Elisey Mysin, por exemplo, nascido em 2010, começou estudar aos três anos de idade. Vencedor de primeiros prêmios em concursos de piano nos EUA, na Europa e na Ásia, hoje ele segue seus estudos na Academia de Artes de Moscou e na Accademia del Riddotto na Itália.
Chopin – Concerto para piano nº. 2 | Elisey Mysin (piano) e Orquestra regida por Dmitry Kryukov
Já a violinista Chloe Chua, nascida em Singapura em 2007, iniciou seus estudos aos quatro anos de idade e, aos 11, ganhou o Primeiro Prêmio no Concurso Internacional Yehudi Menuhin para Jovens Violinistas (2018). Desde então, ela tem se apresentado em turnês pelos EUA e em diversos países da Europa e da Ásia.
Jaehyuck Choi, Self in Mind | Vivaldi, As Quatro Estações, Op. 8: Inverno | Chloe Chua (violino) e Orquestra de Câmara de Genebra | Finais do Concurso Yehudi Menuhin 2018