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Daniil Trifonov no Festival Verbier 

Daniil Trifonov no Festival Verbier 

O pianista russo Daniil Trifonov, nascido em 1991 em Níjni Novgorod, conquistou uma trajetória extraordinária como solista, concertista, camerista e compositor. Celebrado como um dos maiores talentos da nova geração, suas performances combinam técnica e sensibilidade. Para a pianista Martha Argerich, “ele tem tudo e mais um pouco… ternura, mas também algo de demoníaco”.

Premiado em prestigiados concursos internacionais, como o Concurso Chopin de Varsóvia, o Concurso Rubinstein de Telavive e o Concurso Tchaikovsky de Moscou, Trifonov foi considerado “Artista do Ano” em 2016 pela revista Gramophone e em 2019 pela revista Musical America. Em 2018, ganhou o Grammy de Melhor Álbum Solo Instrumental com o CD Transcendental, tocando obras de Liszt.

Em 2016, Trifonov fez um recital no Festival Verbier, realizado durante o verão na cidade de Verbier, nas montanhas da Suíça. O pianista interpretou obras de Brahms, Schubert e Rachmaninov. 

Vamos conhecer mais sobre o programa:

Brahms – Chacona para a mão esquerda, de J. S. Bach

A peça é uma transcrição para piano do movimento final da Partita nº 2 para Violino em Ré Menor, de Bach, sobre a qual o compositor desenvolve nada menos do que 64 variações contínuas que exploram toda uma deslumbrante e intrincada gama de possibilidades harmônicas. Brahms tornou a peça tecnicamente desafiadora ao transcrevê-la para ser tocada somente com a mão esquerda.

 

Schubert – Sonata para piano em Sol Maior, D. 894

Das 12 sonatas completas de Schubert, só três foram publicadas durante sua vida, sendo a D. 894 em Sol maior a última delas. Eclipsadas pelas sonatas de Beethoven, as de Schubert ficaram esquecidas por quase um século, antes de serem redescobertas por pianistas e pelo público. Schumann considerava a Sonata D. 894 a mais perfeita em forma e concepção.

A serena abertura do primeiro movimento continua com um período de profunda calma. Somente uma vez Schubert levanta sua voz com um fff (fortíssimo) – o único momento em que o compositor usa esta notação em sua música para piano.

O segundo movimento, Andante, começa plácido, mas explosões em tom menor o entrecortam até que a calma da abertura se restabelece em um tríplice pianíssimo final.

O Minueto começa mal-humorado, em Si menor. Um trio central cadenciado traz graça, ainda que temporária. 

O clima do Allegretto final é de um bom humor pastoral, terminando com uma recapitulação dos compassos iniciais.

 

Brahms – Variações sobre um tema de Paganini, Op. 35

Apelidadas por Clara Schumann de Hexenvariationen – variações “bruxas” ou “feiticeiras”, tamanhas as suas dificuldades técnicas –, as Variações sobre um tema de Paganini, de Brahms, têm sido um desafio para os pianistas desde sua composição, em 1863. O compositor as chamou de “estudos para o piano”, mas elas são cheias de invenção, de sentimento, de melodia e de humor.

Embora possam ser consideradas peças de concerto brilhantes, Brahms teve razão ao chamá-las de exercícios. Cada variação aborda um problema técnico específico: algumas são escritas em terças, outras em sextas, outras em oitavas; outras têm trinados ou passagens difíceis em staccato ou legato, e assim por diante. A música é muito variada, indo desde passagens marcadas como molto doce até uma variação explosiva, marcada como feroce, energico.

 

Rachmaninov – Sonata nº. 1 para piano em Ré Menor, Op. 28

A Sonata nº. 1 de Rachmaninov tem sido pouco executada nas salas de concerto, talvez devido ao seu tamanho e complexidade. Estruturada como uma típica sonata clássica, a obra é inspirada pelo Fausto de Goethe e o seu tema é desenvolvido ao longo dos três movimentos.

O primeiro movimento é cheio de angústia e culmina em um grande clímax que parece não resolver seu caráter dramático. O segundo é lírico e começa com uma atmosfera pastoral, que, no entanto, retorna ao drama do movimento inicial. O último movimento começa tempestuosamente e conduz a uma marcha sinistra que evoca o cantochão Dies irae, remetendo à luta entre o bem e o mal até o final da peça.

 

BrahmsChacona para a mão esquerda, de J. S. Bach

SchubertSonata para piano em Sol Maior, D. 894

BrahmsVariações sobre um tema de Paganini, Op. 35

RachmaninovSonata nº. 1 para piano em Ré Menor, Op. 28

Daniil Trifonov (piano)

 

 

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